Microbanco Sólido abre portas para fortalecer o sector informal moçambicano

Microbanco Sólido abre portas para fortalecer o sector informal moçambicano

Microbanco Sólido chega para transformar o sector informal em Moçambique

Foi hoje inaugurada, na cidade de Maputo, a primeira agência do Microbanco Sólido SA, marcando o início oficial das suas actividades em Moçambique. A cerimónia contou com a presença da Ministra das Finanças, Carla Louveira, que destacou a importância desta nova instituição financeira para a inclusão económica da população moçambicana, especialmente dos segmentos de baixa renda.

Durante a sua intervenção, Louveira sublinhou que o Microbanco Sólido SA vem reforçar o leque de opções bancárias disponíveis no país, integrando-se no grupo dos microbancos, que passam agora a ser 73 em todo o território nacional. Desses, 13 estão localizados na cidade de Maputo e 18 na província de Maputo.

"Este é um banco que vem acrescer o portfólio das instituições bancárias existentes no nosso país. No grupo dos microbancos, contando com este banco, passamos a ter 73 microbancos, dos quais 13 na cidade de Maputo, 18 na província de Maputo", afirmou a ministra.

A governante ressaltou que a proposta de valor do Microbanco Sólido SA está particularmente alinhada com os objectivos do governo no que toca à promoção da inclusão financeira. O banco pretende aproximar os serviços bancários aos cidadãos, desenhando produtos específicos para mulheres, jovens e para o mercado informal. Este enfoque é considerado fundamental para a transformação estrutural da economia e para a criação de condições que promovam o bem-estar da população.

"Observamos que a linha de trabalho que este banco está a trazer, que é olhar mais para as mulheres, para a juventude, para os segmentos de população de baixa renda, para o mercado informal, está completamente alinhado às políticas e objectivos do governo", acrescentou Louveira.

Outro aspecto realçado pela ministra foi a necessidade de aumentar os níveis de literacia financeira da população, sobretudo dos que ainda se encontram fora do sistema bancário tradicional. O Microbanco Sólido SA, ao actuar junto do sector informal, pode desempenhar um papel crucial na educação financeira dos moçambicanos, incentivando a poupança e o uso consciente dos serviços bancários.

"Poderemos obter ganhos em termos de literacia financeira, porque muitas vezes podemos não conseguir alcançar todos os segmentos da população sobre os ganhos de ter acesso à banca", explicou. Segundo Louveira, ao facilitar o acesso a serviços bancários e promover o uso de mecanismos formais de poupança e investimento, o banco contribuirá para um desenvolvimento mais inclusivo e sustentável.

A ministra desafiou ainda o Microbanco Sólido SA a não se limitar à cidade de Maputo, mas a expandir as suas actividades para outras regiões do país. "É por isso que estamos a desafiar este banco não apenas a permanecer nesta agência, mas a assegurar a expansão dessa actividade por outras agências nos arredores, e por que não expandir para o resto do nosso país", incentivou.

Jerson Tembe, director executivo do Microbanco Sólido SA, reiterou o compromisso da instituição com o desenvolvimento do sector informal. Sublinhou que o banco pretende simplificar os processos e reduzir a burocracia, facilitando o acesso ao crédito e aos serviços financeiros para aqueles que, apesar de movimentarem dinheiro, permanecem à margem do sistema bancário.

"A intenção desse banco é trazer um diferencial para os moçambicanos. É levar o informal a ficar formal, nem que o banco tenha que entrar no nível da parceria com a pessoa. O banco tem que formalizar o informal, que tem capacidade de estar com a banca, mas não tem acesso à própria banca, não tem acesso ao crédito, não tem acesso ao financiamento", frisou Tembe.

O director executivo enfatizou ainda que o foco da instituição não estará em garantias materiais, mas sim na capacidade de trabalho dos clientes e no seu potencial de crescimento económico. "Não são as garantias que fazem crescer as finanças, mas o trabalho, para poder gerar fundos", afirmou.

Para o ano corrente, o banco tem como objectivo atrair pelo menos 500 clientes, incluindo parcerias com instituições e mercados informais. Esta meta ambiciosa demonstra o desejo da instituição de se tornar um actor relevante no sistema financeiro moçambicano, oferecendo soluções à medida das necessidades de uma parte significativa da população.

Ao assumir este compromisso com os sectores menos representados da sociedade, o Microbanco Sólido SA propõe-se a ser um catalisador para a inclusão económica e o desenvolvimento social. Com uma estratégia voltada para a aproximação da banca aos cidadãos, a instituição visa transformar realidades, dinamizar a economia informal e abrir caminhos para que mais moçambicanos tenham acesso a oportunidades de crescimento e prosperidade.

A inauguração da primeira agência do Microbanco Sólido SA representa, assim, um marco importante no panorama bancário nacional, reforçando a tendência para uma banca mais inclusiva, acessível e ao serviço do desenvolvimento humano e económico de Moçambique.

Enviar um comentário

0 Comentários